Os resultados definitivos divulgados ontem pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) confirmaram a vitória do MPLA com 4.164.157 votos, correspondente a 61,68 por cento, seguido da UNITA com 1.818.903 votos, correspondente a 26, 67 por cento. A CASA-CE obteve 643.961 votos, equivalente a 9, 45 por cento.
João Lourenço eleito Presidente da República
Fotografia: Mota Ambrósio | Edições Novembro
De acordo com os dados definitivos divulgados ontem pelo presidente da CNE, André da Silva Neto, o PRS obteve um total de 92.222 dos votos, correspondente a 1,35 por cento, seguido pela FNLA com 63. 758 votos, equivalente a 0,93 por cento e a APN com 34. 976 votos (0,51%).
Depois da leitura dos resultados, o presidente da CNE confirmou João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República de Angola, e Bornito de Sousa Baltazar Diogo, Vice-Presidente da República. Ainda hoje, os resultados vão ser afixados à porta da Comissão Nacional Eleitoral. Posteriormente é lavrada uma acta onde vão constar os resultados apurados, sendo que um exemplar vai ser enviado ainda hoje ao Presidente da República em funções e outra ao presidente do Tribunal Constitucional. Cópias do mesmo documento devem ser entregues às formações políticas concorrentes.
A Comissão Nacional Eleitoral vai também elaborar o mapa oficial das eleições, a ser publicado no Diário da República, no prazo de 72 horas (até domingo), no qual deve constar o número total de eleitores inscritos, número total dos votantes, números de votos brancos e dos votos nulos. A tomada de posse do novo Presidente da República e do Vice-Presidente ocorre até ao dia 25 de Setembro.
O presidente da Comissão Nacional Eleitoral felicitou o partido vencedor, o MPLA, e o seu candidato, João Lourenço, sublinhado que este mereceu a confiança da maior parte dos eleitores e que fará o seu melhor para a concretização dos anseios dos angolanos.
André da Silva Neto felicitou também as outras forças políticas concorrentes, pela participação nas eleições gerais e apelou-os a manterem a serenidade e a respeitarem a vontade dos cidadãos expressa nas urnas.
O presidente da CNE pediu às formações políticas para encararem a derrota comdignidade e humildade e prepararem-se com afinco para o próximo pleito eleitoral, a decorrer dentro de cinco anos.
André da Silva Neto lamentou os últimos pronunciamentos de certas forças políticas que, na sua opinião, \"imbuídos de má-fé\", procuraram confundir a comunidade nacional e internacional, na tentativa de descredibilizar todo o processo eleitoral e o empenho da Comissão Nacional Eleitoral em realizar eleições credíveis, com afirmações indignas e destituídas de elementos de prova merecedoras de credibilidade.
A estas forças políticas e pessoas colectivas e singulares, André da Silva Neto lembrou que Angola é um Estado democrático de direito e que os mesmos têm opção de fazer valer os seus direitos, através de mecanismos legais e não por via de ameaças físicas, morais ou psicológicas e difamações ou injurias injustificáveis.
André da Silva Neto disse que a CNE esteve sempre aberta ao diálogo com os diferentes actores eleitorais, na busca de soluções para o sucesso do processo eleitoral.
Elogios aos cidadãos
O presidente da CNE elogiou ainda o comportamento dos cidadãos eleitores em todas as fases do processo eleitoral e a forma \"responsável\" como aderiram a campanha de actualização do registo eleitoral.
O presidente da CNE agradeceu a todos que contribuíram para o êxito alcançado na preparação e execução das eleições gerais, com destaque para as instituições religiosas, organizações da sociedade civil, autoridades tradicionais e pessoas anónimas pelo empenho na campanha de educação cívica eleitoral e observação eleitoral e na promoção do espírito de paz e concórdia.
André da Silva Neto elogiou ainda o trabalho das forças de defesa, segurança e ordem pública, a comunicação social, as empresas SINFIC, INDRA e as INFOSI, UNITEL, MOVICEL, ANGOLA TELECOM E OMNIDATA, entre outras instituições.
Os números que marcaram as eleições
Para as eleições gerais deste ano estavam inscritos 9.317. 294 eleitores, tendo participado na votação 7.903.012 cidadãos, o que corresponde a 76,13 por cento do total. Dados da CNE indicam que 2. 224,292 eleitores não votaram, o que corresponde a uma taxa de abstenção de 23,87 por cento. Foram ainda registados 172.639 votos brancos e 102.486 votos nulos. O Tribunal Constitucional validou, para concorrer às eleições gerais, candidaturas de cinco partidos (APN,FNLA,MPLA,PRS e UNITA) e uma coligação de partidos, a CASA-CE. Cada formação política recebeu 1.000.040.000,00 destinado ao apoio da campanha eleitoral, e 1.528.000.000,00 para o pagamento dos delegados de lista. A CNE pós em funcionamento 12.152 Assembleias de Voto e 25.474 Mesas de Voto em todo o país. Outro dado apresentado pela CNE tem a ver com os delegados de lista credenciados, que foram 168.890. Para observar as eleições, a Comissão Nacional Eleitoral acreditou 1.301 entidades nacionais e 208 internacionais.
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